O
rock brasileiro da década de 80, também considerado por muitos como pop rock
nacional dos anos 1980, foi um movimento musical que surgiu já no início da
década. Ganhou até mesmo um apelido, o BRock, dado por Nelson Motta. É
caracterizado por influências variadas, indo do new wave, passando pelo punk e
o próprio conteúdo pop emergente do final da década de 70. Ainda assim, em
alguns casos, tomou por referência ritmos como o reggae e a soul music. Suas
letras falam na maioria das vezes sobre amores perdidos ou bem sucedidos, não
deixando de abordar é claro algumas temáticas sociais. O grande diferencial das
bandas deste período era a capacidade de falar sobre estes assuntos sem deixar
a música tomar um peso emocional ou político exagerados. Fora a capacidade que
seus integrantes tinham de falar a respeito de quase tudo com um tom de ironia,
outra característica marcante do movimento. Outra particularidade típica foi o
visual próprio da época; cabelos armados ou bastante curtos para as meninas,
gel, roupas coloridas e extravagantes para os meninos e a unissexualidade de
tudo isso, herança direta do Glam Rock de [Marc Bolan, [David Bowie]] e seus
discípulos, como o [Kiss] e [The Cure].
Tudo
começou com o surgimento de bandas como a Gang 90 e as Absurdettes, seguida por
sua contrapartida carioca, a Blitz e seu grande sucesso "Você não soube me
amar", de 1982, tendo integrantes como Lobão, Evandro Mesquita e Fernanda
Abreu, artistas em voga até hoje. O sucesso iminente dessas bandas impulsionou
o lançamento de produtos infantis como revistas em quadrinhos e álbuns de
figurinhas, tamanha a popularidade obtida com este público específico. O auge
da Blitz aconteceu em 1985, no show do Rock in Rio. Liderada por Evandro
Mesquita, a banda tinha como característica marcante as performances teatrais
no palco, que se tornaram grandes brincadeiras responsáveis pela animação
coletiva do público que comparecia aos shows. Mas não eram apenas apresentação
musicais: envolviam música e muita interpretação, o que tornaria o show da
banda um referencial de espetáculo para os músicos que começavam a surgir. O
sucesso da Blitz foi a porta de entrada para outras bandas que ensaiavam
escondidas em suas garagens.
Em
São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Brasília pipocavam bandas no
início dos anos 80. No sudeste do país, o Rio de Janeiro revelou vários
conjuntos. Os shows no “Circo Voador”, local que se tornou o berço de várias
bandas que estouraram naquela época, revelaram Paralamas do Sucesso,Bacamarte
com seus progressivos bastante influenciados por Pink Floyd , Kid Abelha e Os
Abóboras Selvagens, Gang 90 e as Absurdettes, Barão Vermelho, entre outras.
Destas, as que tiveram mais destaque (e continuam tocando e fazendo relativo
sucesso até hoje) são os Paralamas, Kid Abelha e Barão Vermelho outra banda que
fez muito sucesso no final dos anos 80 inicio dos anos 90 foi cartas aos
Missionarios .
Estas
últimas remanescentes reúnem muitas das características do rock daquela
geração. Os Paralamas do Sucesso, por exemplo, apostaram na mistura do rock com
reggae e ritmos africanos, exemplificado nas faixas do disco
"Selvagem?", de 1986 especialmente em "Alagados" e "A
Novidade". Tudo isso, adicionado a um apelo pop influenciado pelo rock
inglês da época, formou um tipo de som considerado revolucionário ao público e
crítica daqueles anos. A banda também mostrou, principalmente no disco
anterior,“O Passo do Lui”, muitas influências da banda inglesa “The Police”.
O
Kid Abelha apostou mais no som com influências do pop, da new wave e da jovem
guarda. Músicas como “Por Que Não Eu?”, “Como Eu Quero”, “Pintura Íntima” e
“Fixação” são seus exemplos mais vivos.
Já o
Barão Vermelho fixou-se no rock mais tradicional, aliado à força das letras
poéticas do vocalista Cazuza. Em seus primeiros passos como uma banda, no
começo da década, suas influências diretas eram o blues e o rock'n roll
clássico dos Rolling Stones. Canções como “Maior Abandonado”, “Bete Balanço”
(ainda com Cazuza na banda) e “Pense e Dance” (com Roberto Frejat assumindo os
vocais depois da saída de Cazuza em carreira solo) são algumas das mais
marcantes da geração Coca-Cola.
As
bandas paulistas também tiveram importante papel no cenário que havia se
formado. Algumas das principais referências vindas deste estado eram Ultraje a
Rigor, RPM, Titãs e Ira!.
Influenciados
pelo punk e pelo rock mais pesado, o IRA! e os Titãs trilharam caminhos
parecidos. Ambas tiveram como característica os altos e baixos nos números de
vendas de discos. Além disso, uma curiosidade que liga especialmente as duas
bandas: em 1985, Titãs e IRA! trocam de bateristas, saindo Charles Gavin do
IRA! e indo para os Titãs, e André Jung fazendo a trajetória inversa. Jung foi
baterista do IRA! até 2007, ano que a banda encerrou suas atividades, e Charles
fez parte dos Titãs até o início de 2010.
O
Movimento Punk foi crucial nos anos 80 principalmente em São Paulo o Restos de
Nada aparece no final dos anos 70 inicio dos anos 80 logo depois se dissolve e
Clemente grande precursor do punk que tocava guitarra na banda forma os
inocentes que teve grandes sucesso como "Panico Em SP","Patria
Amada" entre outros teve o Cólera que além de ser uma das bandas punks e
independentes mais vendidas foi a primeira banda independente a fazer uma tour
de shows pela Europa o que mostrou que sabendo produzir um álbum sozinho e
tendo selo independente é possível alcançar o sucesso o primeiro álbum punk e
lançado em 84 pelo Ratos de Porão liderado por nada mais nada menos que o
apresentador de tv João Gordo entre muitas outras que ficaram famosas foi o
auge do movimento punk um dos eventos mais polemicos dos anos 80 foi O Começo
do Fim do Mundo onde várias gangues punks se reuniram,sobre o cenário do rock
em geral em São Paulo uma banda importante no cenário do metal uma das
primeiras e que abriu as portas o para o talentoso André Mattos foi o Viper
funda em meados dos anos 80 mais tendo seu auge com a saída do André Mattos nos
anos 90.
O
Ultraje a Rigor, a exemplo do Barão Vermelho no Rio de Janeiro, apostou todas as
fichas na força do puro rock'n roll. Mas as duas bandas tinham uma grande
diferença. Enquanto a banda liderada por Cazuza e Roberto Frejat calcava a
carreira cada vez mais na seriedade de suas letras (que questionavam, entre
outros assuntos, as condições da sociedade da época), a banda liderada por
Roger Moreira falava destes problemas com ironia e um deboche escrachado.
Músicas como "Inútil" - citada até pelo político Ulisses Guimarães na
época das "Diretas Já" - viraram hinos da juventude bem humorada e
cansada dos tempos difíceis da ditadura, tanto pelo aspecto econômico quanto
por outros problemas que cresceram no país, durante os anos 80. Curiosidade: o
riff de guitarra de "Inútil" foi composto pelo guitarrista da banda
na época, Edgar Scandurra, que depois se tornaria guitarrista e principal
compositor do IRA!.
São
Paulo trouxe à tona também o maior fenômeno de vendas das bandas dos anos 80. O
RPM, liderado pelo carisma do vocalista Paulo Ricardo, quebrou recordes de
vendagens de discos e de shows no país, em um fenômeno nunca antes visto em
terras brasileiras. Faixas como “Rádio Pirata”, “Louras Geladas”, “Olhar 43” e
“A Cruz e a Espada”, do primeiro disco da banda, "Revoluções Por
Minuto", foram sucessos em rádios de todo o Brasil. Para aproveitar o sucesso,
um ano depois do primeiro disco eles lançam “Rádio Pirata Ao Vivo”. As versões
ao vivo de músicas já consagradas do primeiro álbum, mais faixas inéditas
(“Alvorada Voraz”) e covers (“London London”, de Caetano Veloso) agradaram em
cheio o público, fazendo com que o álbum vendesse 2,2 milhões de cópias. As
características da banda são baseadas na mescla de teclados, sintetizadores,
guitarras e baterias eletrônicas em alguns momentos, aliados ao vocal
carismático de Paulo Ricardo, que virou símbolo sexual da época.
O
Rio Grande do Sul, apesar de afastado do eixo Rio - São Paulo, revelou bandas
importantes do cenário rock dos anos 80. Os destaques foram as bandas
Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós.
Os
Engenheiros do Hawaii surgem no ano de 1984 e, em 1986, lançam o disco “Longe
Demais das Capitais”. As letras do vocalista Humberto Gessinger chamaram a
atenção pela crítica ácida aos padrões da sociedade da época e, durante os
discos seguintes da banda, arrebanharam milhões de fãs fiéis em todo o país.
Durante a década, a característica principal da sonoridade dos Engenheiros era
o entrosamento dos três integrantes. Humberto Gessinger, que assume o baixo no
segundo disco, "A Revolta dos Dândis", de 1987; Augusto Licks,
guitarrista que se junta à banda depois do lançamento do primeiro disco; e
Carlos Maltz, baterista, eram os músicos que tinham como influências bandas
como "Pink Floyd", "Rush", "Emerson, Lake and
Palmer", misturando, em algumas músicas, o rock com as sonoridades
tradicionais gaúchas do estado do Rio Grande do Sul.
O
Nenhum de Nós nasce em 1987, com o disco "Nenhum de Nós". A banda,
liderada pelo vocalista e baixista Thedy Corrêa, tinha influências de rock
inglês, música folk americana e elementos da música regional gaúcha, a exemplo
do Engenheiros do Hawaii. As características da banda são vistas em músicas
como "Camila, Camila" e "Astronauta de Mármore", uma versão
de "Starman" do roqueiro inglês David Bowie
Em
Brasília existia um circuito de bandas. Tudo começou com o Aborto elétrico
(1980), banda formada por Renato Russo(voz e guitarra),Fé Lemos(bateria) e seu
irmão Flávio Lemos(baixo).
No
ano em que o Aborto se separou, surgiram as bandas de Brasília Plebe Rude,
Legião Urbana e Capital Inicial, que depois se tornaram famosas enquanto isso
surgi tbm a grande cantora que navega entre a mpb e o rock Cassia Eller Da
Bahia surgiu a banda Camisa de Vênus, liderada por Marcelo Nova, amigo e sob
nítida influência de Raul Seixas, e também do punk rock inglês. Havia muita
resistência das gravadoras ao nome da banda, considerado de difícil divulgação.
Seu principais sucessos são "Simca Chambord", "Sílvia
Piranha", "Eu não matei Joana D'Arc".
Em
Minas Gerais Surgi Sepultura mostrando um rock mais pesado a banda Brasileira
que mais vendeu discos e fez sucesso no exterior verdadeiros criadores do New
Metal e um dos grandes precursores mundias do Trash Metal
Hoje
em dia, há uma movimentação que mostra algumas bandas do BRock voltando à
ativa, mesmo que apenas para shows. O saudosismo do público com os artistas
daquela época colabora para que a "onda anos 80" esteja mais forte do
que nunca, marcando inúmeros lançamentos de coletâneas, remasterização de
discos, livros sobre a época e sites de discussão na Internet.